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Albergaria. Tempo – juiz de tudo e de todos.

por José Manuel Alho, em 21.06.18

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 William Shakespeare

 

Vilarinho de S. Roque, a aldeia, na freguesia de Ribeira de Fráguas, mais isolada do concelho de Albergaria-a-Velha, voltou a acolher o festival regional “Há Festa na Aldeia”, na sua versão 2018. Ainda que as condições climatéricas não tenham sido plenamente favoráveis, cumpre consolidar esta importante mostra de produtos, tradições e gastronomia locais, sempre com a participação da população residente. Um cartaz de impenhorável relevância na agenda regional que logra combinar, de modo particularmente feliz, múltiplas artes performativas - da música ao teatro de rua, sem negligenciar as incursões fotográficas para destapar os pontos recônditos daquele pedaço de paraíso.

 

Nos passados dias 9 e 10 de Junho, teve igualmente lugar mais uma edição da Feira à Moda Antiga de Paus, em Alquerubim. O tempo voltou a colocar os seus constrangimentos mas nota vincadamente positiva para um evento que assume a nobre incumbência de promover e divulgar o artesanato e a cultura das gentes de Alquerubim, dinamizando também o comércio tradicional, o turismo e a economia daquela freguesia. 

 

Clube de Albergaria/Durit conquista Taça de Aveiro pela sexta época consecutiva. O Clube de Albergaria/Durit venceu o Cucujães na final Taça Distrito de Aveiro Feminina por 10-0, discutida no Estádio Municipal de Aveiro no passado dia 10 de junho. Amealhou assim, pela sexta época consecutiva, tão almejado troféu. Merecido destaque para a avançada Daniela Silva que completou um póquer. A equipa comandada por Paula Pinho, com uma prestação categórica, escreve, de novo, a letras d’ouro, mais uma bela página na já longa e preenchida História do desporto albergariense.

 

Apesar de muito prometida no âmbito do palanfrório dos que sonham perpetuar-se no poder, a expansão da nossa Zona Industrial (ZI) está por cumprir. Exceção feita a ampliações pontuais de unidades já (pre)existentes, não se vislumbram novos arruamentos ou novas construções. Por exemplo, o edifício inicialmente ponderado para albergar a sede dos SMAS continua a degradar-se e sem um destino definido…

Uma questão que ganha maior acuidade quando se sabe que, no âmbito do Contrato da CIRA (Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro) com o Centro 2020, está contemplada uma verba para a ampliação da ZI. A ver vamos que discussão e, acima de tudo, que opções serão assumidas.

 

Que ninguém, no desempenho de funções públicas, aceite colocar-se do lado de quem resiste e dificulta novas e melhores formas de escrutínio público porque o Tempo, esse juiz supremo de tudo e de todos, se encarregará de fazer a sua justiça.

 

Rui Rio, o presidente do PSD, apresentou recentemente uma "Política para a Infância". Um documento de 84 páginas, com ideias para apoiar e superar os desafios da natalidade. É o primeiro fruto do Conselho Nacional Estratégico, a que tenho a honra de pertencer. Em traços largos, pela sua relevância, especial menção para:

  • o incremento de creches gratuitas;
  • a criação de licenças de 26 semanas;
  • a atribuição de 10 mil euros por filho;
  • a concessão de um subsídio para grávidas no sétimo mês.

E em Albergaria, o que de genuinamente ambicioso tem sido feito nesta área, mormente nos domínios da conciliação da vida profissional com a vida familiar, das políticas de apoio às crianças, às famílias com filhos e, o mais importante, às politicas de emprego? Afinal, o que pode e deve ser ponderado?

 

Albergaria continua a perder população. Na sequência do alerta aqui oportunamente veiculado, importa observar criticamente os dados sobre a evolução da população no nosso Concelho. Insisto. São claros, inequívocos e tremendamente preocupantes: há anos que Albergaria tem vindo a perder população, sem que o poder camarário consiga inverter tão danosa tendência.

Daí que – persisto – se exijam medidas ao nosso poder local nas áreas mais deprimidas do Concelho no sentido de fixar casais jovens. A propósito, alguém sabe da existência de uma nova geração de políticas de habitação para Albergaria?

 

Dado o perfil socioeconómico de Albergaria-a-Velha, urge aumentar a competitividade dos setores agrícola e florestal, sem negligenciar a promoção e a sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos naturais existentes.

Por isso, defendo, intransigentemente, a revitalização económica e social das nossas zonas rurais.

No entanto, a estes objetivos estratégicos acrescem ainda outros objetivos, de caráter transversal, como o reforço da coesão territorial e social, e a promoção da eficácia da intervenção dos agentes públicos, privados e associativos na gestão setorial e territorial.

Mas ao poder autárquico vigente apresentam-se três desígnios absolutamente prioritários: a Diversificação da Economia e Criação de Emprego e a Melhoria da Qualidade de Vida. E sobre isto não se conhece qualquer esboço de pensamento ao atual executivo camarário.

 

Os problemas com o áudio da Assembleia Municipal de Albergaria. Pela negativa. Confesso a minha surpresa. O áudio e demais recursos técnicos atinentes à normal prossecução dos trabalhos da nossa Assembleia Municipal, na lógica do público e até dos seus membros, empobrecem os níveis (mínimos) de qualidade expectáveis para o acompanhamento da ação de tão crucial órgão autárquico. Em complemento, emerge a necessidade de investir no software  de produção das atas das reuniões, agilizando o registo de arquivos audiovisuais em documentos textuais, de forma rápida e automática. À semelhança do que já acontece com as câmaras municipais de Lisboa, Porto, São João da Madeira ou até mesmo com o Conselho Económico Social e a Presidência da República, o  recurso a novas ferramentas tecnológicas facilitaria o processo de criação de atas e a sua disponibilização pública, reduzindo o tempo de resposta dos fluxos de trabalho de transcrição. Um investimento que, se fosse ponderado de forma integrada, poderia ser extensivo às reuniões de Câmara, ao Conselho Municipal de Educação e, num assomo de ambição, a todas as Juntas de Freguesia. Que ninguém, no desempenho de funções públicas, aceite colocar-se do lado de quem resiste e dificulta novas e melhores formas de escrutínio público porque o Tempo, esse juiz supremo de tudo e de todos, se encarregará de fazer a sua justiça.

José Manuel Alho

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